segunda-feira, 10 de maio de 2010

Os descasos com a música pernambucana


A música pernambucana é um dos maiores atrativos da cultura local. Desde o mestre Luís Gonzaga e seu baião até o fenômeno do manguebeat, a nossa música local mexe com as tradições culturais através de manifestações de ritmos, acordes e danças.


Mas isso não significa dizer que os contornos da música de Pernambuco têm sido reverenciados como merecem. Os talentos e as originalidades dos músicos são segregados pelos interesses de um mercado cada vez mais capitalizado.


Pior, o público, seguindo as veredas dos produtos criados pela indústria fonográfica nacional e internacional, também não exalta as tradições da música pernambucana, preferindo valorizar elementos importados e/ou estereotipados, uma vez que compreendem tais elementos como sustentáculos de status.


Essa valorização do produto externo musical, criada pela crescente ‘colonização cultural’ imposta pelo mercado americano e europeu, faz com que a massa pernambucana se esqueça dos valores musicais locais, muitos dos quais são totalmente desconhecidos pela falta de divulgação por parte da mídia.


É partindo desse pressuposto que as bandas só conseguem tal sucesso apelando para a vulgarização rítmica e erotização melódica para agradar o público local. Isso é preocupante, já que, se não bastasse a má reputação cultural embutida na contexto musical, a única forma de se alavancar no mercado é fugindo totalmente das características tradicionais dos ritmos consagrados do nosso Estado.


Quando não parte para esse viés apelativo, os condutores da música pernambucana, para não perder o seu público, procuram se adaptar aos produtos exportados regionalizando as músicas estrangeiras. Um exemplo disso é a adaptação de letras de músicas de cantores consagrados no exterior para os seus ritmos, como é o caso da música "Crawling back to you", do grupo americano Backstreet Boys, abrasileirada pela dupla Luís Cláudio e Giuliano como "Olhe para nós dois".


Portanto, a música local ainda precisa ser divulgada e valorizada de forma justa, já que os valores culturais não merecem ser segregados por uma imposição de produtos importados. Além disso, a tradição dos ritmos locais é rica e explorável. Basta apenas ter mais visibilidade por parte da mídia, das bandas, das gravadoras e, principalmente, do público em geral.

2 desafinações:

ELIANE disse...

O 3 comentário não é de se jogar fora, não é importante como o 1 ou o 2, mas é um comentário.

Anônimo disse...

Eliane é uma PALHACINHA...hehehehehehehe

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