quarta-feira, 2 de junho de 2010

"Eu faço música para os irrequietos como eu", afirma Lenine


O cantor Lenine participou de um documentário para mostrar como foi sua vida. Para divulgá-lo, ele e o diretor do filme foram até a França, onde conversaram com uma rádio francesa.



DESAFINADOS PE: Como foi atuar em “Continuação”?



LENINE: Eu nunca tive o desejo de protagonizar no cinema. Sempre imaginei fazer cinema, mas por trás das câmeras. Portanto, esse filme é um presente do Rodrigo(diretor do documentário).



DPE: Para compor suas músicas, de onde você tira se inspira? Você acredita que elas, de alguma forma, possam influenciar seus ouvintes?



L: Eu sou fruto de um caos de informação, e é natural que a minha música reflita essa questão caótica de influências de informações. Nunca, em momento nenhum, pensei em fazer nada mais que entreter as pessoas e fazer minha crônica. E é visível o que eu faço. Por isso que eu prefiro que a minha música seja sem partidarismo.



DPE: E você, Rodrigo, acha que a Bossa Nova continua a ser uma referência da música brasileira?



RODRIGO PINTO: Eu acho que de uma certa forma a Bossa Nova já não reflete a complexidade da musica brasileira há muito tempo. Hoje em dia, eu entendo a Bossa Nova muito mais como uma música de elite do que como uma música referencial para a produção brasileira.



DPE: Então, Lenine, você acredita que a produção da música brasileira, de qualidade, vai além do Rio e São Paulo?



L: Perfeito.Já não cabe mais aquela visão que nós tínhamos de que o Brasil era só dois pólos: Rio e São Paulo. Hoje a gente ta falando em termos de sete, oito, talvez nove capitais culturais. E todas elas com sua produção cultural e um público consumindo a sua produção.



DPE: Rodrigo, qual é a sua opinião a respeito da indústria musical brasileira?



RP: A nossa industrial não é muito desenvolvida. A forma como se espalha música no Brasil é muito desenvolvida, a pirataria no Brasil foi muito interessante.



DPE: O que te faz escrever músicas, Lenine? Quem é o seu público alvo? E por que você escolheu ser cantor?



L: O que eu faço é uma compulsão, é uma doença, eu não viveria sem. Pra quem eu faço? Pra todos os antenados, os que vivem irrequietos como eu. E por que eu faço? Eu faço porque acredito que o que eu faço tem haver com o que você faz: jornalismo, crônica e reportagem.



(Entrevista editada por Juliana Regis)

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Acompanhe esta entrevista na íntegra no vídeo abaixo



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